por Fernando Gil Paiva Martins
Os últimos semestres de 2008, ou pelo menos o último semestre, mostraram que o cinema expôs suas novas tendências a partir de uma mistura da temática da diversão com contextos de cunho mais social, denso e sério. Películas como Batman – O Cavaleiro das Trevas, Wall-E e o mais recente Ensaio Sobre a Cegueira demonstraram que quem produz filmes quer, mais do que entreter, “fazer pensar”, através das reflexões resultantes de cada obra assistida. Razão disso talvez seja não apenas o aprimoramento de quem faz, mas a capacidade de entendimento e resposta de quem vê.
É através desses filmes que se tem podido observar que o poder de crítica dos espectadores de cinema vem crescendo, não apenas no que diz respeito à técnica ou à arte, mas ao social e ao objeto de discussão da vez. Talvez filmes como Wall-E, por exemplo, façam sucesso hoje porque se pode considerar que são anos de educação da população mundial sobre temas como meio ambiente, movimentos sociais, modernidade, comenta Yuji Gushiken, mestre em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mesmo os adolescentes, hoje, têm mais referências, sendo que alguns segmentos sociais são providos de informações críticas desde o ensino fundamental, continua.
Um exemplo claro de resposta do público são os blogs de cinema de não profissionais ou profissionais da área como é o caso do jornalista Zeca Camargo e seu blog “Zeca Camargo – Um giro pelo universo da cultura, do pop e da cultura pop”. Neste, pode-se observar o modo como os leitores se comunicam de maneira a contrapor, concordar e argumentar não apenas sobre as obras, mas sobre a opinião dada pelo jornalista. Os filmes tornam-se “curto – circuito entre autor e receptor” diz Gushiken, criando possibilidades sem fim de interação.
Quem saiu das sessões de Batman testemunhou um pouco mais desses novos discursos inseridos de maneira explícita ou não na trama: ideologias do bem e do mal a crimes e pecados, sem perder o fio de interesse dos personagens. Wall-E surgiu em imagens e formas harmoniosas pra mostrar os resultados não tão distantes da destruição do planeta Terra por um homem voltado para o modo tecnológico de viver. Para completar, surge nas telas a adaptação de uma obra literária que retrata a putrefação humana e sua cegueira literal (em Ensaio sobre a Cegueira) – um banho de repulsa para o telespectador acostumado com o antigo “pura diversão”.
Trata-se de um público em expansão, que passou a ver a “cultura como um campo de embates”, onde o antigo papel do jornalista ou quem quer que esteja transmitindo a informação “torna-se relativo como autoridade para narrar e, principalmente, opinar sobre o que quer que seja”, continua Yuji. Com isso, os críticos são todos, e todos têm a oportunidade de revestir-se de tal papel.
Tem-se em mãos esta ferramenta do homem e nela ele se espelha para mostrar como suas atitudes repercutem no mundo, como suas histórias de “crimes”, de “destruição” e “putrefação” (por exemplo) podem fazer com que cresça a importância de se pensar em como cada coisa é ou, ao menos, deveria ser. O tema é cinema, o divertir – agora – está a serviço da seriedade.
Os últimos semestres de 2008, ou pelo menos o último semestre, mostraram que o cinema expôs suas novas tendências a partir de uma mistura da temática da diversão com contextos de cunho mais social, denso e sério. Películas como Batman – O Cavaleiro das Trevas, Wall-E e o mais recente Ensaio Sobre a Cegueira demonstraram que quem produz filmes quer, mais do que entreter, “fazer pensar”, através das reflexões resultantes de cada obra assistida. Razão disso talvez seja não apenas o aprimoramento de quem faz, mas a capacidade de entendimento e resposta de quem vê.
É através desses filmes que se tem podido observar que o poder de crítica dos espectadores de cinema vem crescendo, não apenas no que diz respeito à técnica ou à arte, mas ao social e ao objeto de discussão da vez. Talvez filmes como Wall-E, por exemplo, façam sucesso hoje porque se pode considerar que são anos de educação da população mundial sobre temas como meio ambiente, movimentos sociais, modernidade, comenta Yuji Gushiken, mestre em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mesmo os adolescentes, hoje, têm mais referências, sendo que alguns segmentos sociais são providos de informações críticas desde o ensino fundamental, continua.
Um exemplo claro de resposta do público são os blogs de cinema de não profissionais ou profissionais da área como é o caso do jornalista Zeca Camargo e seu blog “Zeca Camargo – Um giro pelo universo da cultura, do pop e da cultura pop”. Neste, pode-se observar o modo como os leitores se comunicam de maneira a contrapor, concordar e argumentar não apenas sobre as obras, mas sobre a opinião dada pelo jornalista. Os filmes tornam-se “curto – circuito entre autor e receptor” diz Gushiken, criando possibilidades sem fim de interação.
Quem saiu das sessões de Batman testemunhou um pouco mais desses novos discursos inseridos de maneira explícita ou não na trama: ideologias do bem e do mal a crimes e pecados, sem perder o fio de interesse dos personagens. Wall-E surgiu em imagens e formas harmoniosas pra mostrar os resultados não tão distantes da destruição do planeta Terra por um homem voltado para o modo tecnológico de viver. Para completar, surge nas telas a adaptação de uma obra literária que retrata a putrefação humana e sua cegueira literal (em Ensaio sobre a Cegueira) – um banho de repulsa para o telespectador acostumado com o antigo “pura diversão”.
Trata-se de um público em expansão, que passou a ver a “cultura como um campo de embates”, onde o antigo papel do jornalista ou quem quer que esteja transmitindo a informação “torna-se relativo como autoridade para narrar e, principalmente, opinar sobre o que quer que seja”, continua Yuji. Com isso, os críticos são todos, e todos têm a oportunidade de revestir-se de tal papel.
Tem-se em mãos esta ferramenta do homem e nela ele se espelha para mostrar como suas atitudes repercutem no mundo, como suas histórias de “crimes”, de “destruição” e “putrefação” (por exemplo) podem fazer com que cresça a importância de se pensar em como cada coisa é ou, ao menos, deveria ser. O tema é cinema, o divertir – agora – está a serviço da seriedade.