domingo, 15 de fevereiro de 2009

Geniais “Ks”!

Por Madiano Marchetti


Fotografia de Josef Koudelka -Tchecoslováquia - Praga 1968


"O tempo humano não gira em círculos, mas avança em linha reta. Por isso o homem não pode ser feliz, pois a felicidade é o desejo da repetição.”

"A vida humana acontece só uma vez, e não poderemos jamais verificar qual seria a boa ou a má decisão, porque, em todas as situações, só podemos decidir uma vez. Não nos são dadas uma primeira, segunda, terceira ou quarta chance para que possamos comparar decisões diferentes"

Trechos do livro “A Insustentável Leveza do Ser" - Milan Kundera

Milan Kundera é escritor, músico, roteirista e “Tcheco”.
Suas obras são miscelâneas de filosofia, política e romance. Nascido em 1929, Kundera não só escreveu, mas também fez parte do partido comunista Tcheco até 1950, quando foi expulso.
Publicou em 1984 “A Insustentável Leveza do Ser”, considerada por muitos a sua melhor obra.
O livro narra às desilusões e as angústias que circulam o (des)Amor, as relações, e a Vida de quatro personagens – Teresa, Tomas, Sabina e Franz - e tem como pano de fundo o episódio que ficou conhecido como "Primavera de Praga", de 1968, quando os soviéticos invadiram a cidade de Praga, Tchecoslováquia.
Usando idéias dos filósofos Parmênides de Eléia e Friedrich Nietzsche, kundera esboça, além de outros assuntos ligados a natureza humana, o “eterno retorno”* (Teoria nietzscheana).
Teresa – personagem do livro – é uma jovem mulher que passa por transformações (sentimentais e profissionais) durante a obra. De garçonete, em bar com muitos bêbados, para uma fotojornalista.
Teresa desempenha um papel político muito bem exposto e criticado por kundera. Ela Fotografa a invasão russa, que acontece em Praga, em 68.
Em uma transposição da ficção para a realidade, encontramos esse papel desempenhado por outro personagem.
Josef koudelka é escritor, fotógrafo e também “Tcheco”.
Koudelka fotografou durante sete dias a invasão soviética, em praga. Suas fotografias se tornaram clássicas e gravaram no tempo a resistência e o sofrimento vivido no país – gerador de grandes “Ks”.

“Ks” – filosofia, política, literatura, fotografia, cinema... Kundera e Koudelka.

Em uma entrevista cedida à jornalista Melissa Harris, Koudelka comentou sobre o lançamento do livro "Invasio 68" e sobre o ato fotográfico.

“Em 1968, eu não sabia nada sobre fotojornalismo... Quando fotografei a invasão soviética, eu fiz para mim mesmo. Eu não pensei em um ensaio fotográfico ou em uma publicação... Estas podem ter sido situações de perigo, mas eu não as senti... A boa foto é aquela que entra no seu pensamento e você não consegue esquecer”. (Josef koudelka)

Fotografias de Josef koudelka:
http://www.magnumphotos.com/Archive/C.aspx?VP=XSpecific_MAG.PhotographerDetail_VPage&pid=2K7O3R135R3G&nm=Josef%20Koudelka


* “E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: “Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e seqüência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!“ Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: “Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!” Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: “Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?” pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?” (aforismo 56) A Gaia Ciência (1882) - Friedrich Nietzsche (1844-1900).

4 comentários:

Dafne Henriques Spolti disse...

Caramba Madiano, adorei mesmo esse post! Putz grila, que ótimo!! Adoro o Koudelka demais mesmo! E estou adorando o Kundera. Esse post vai ficar na minha cabeça. Bjos garotinho!

Dafne

FitLanguages disse...

Muito bom mesmo...
ótima escolha
e belas palavras

ednei lino disse...

Acredito ser facil de saber quando algo tem tudo para dar certo, esse grupo "Parafernalia" é uma dessas investidas de sucesso, tudo acaba bem quando começa bem...força e nunca percam o foco de vocês! Abraços e quando precisarem de um parceiro, contem comigo...

ednei lino disse...

Acredito ser facil de indentificar quando algo tem tudo para dar certo, o grupo "Parafernalia" é um desses casos, eu acredito que será atraves desse pessoal que muita gente vai ouvir falar do MT...sou fã de vcs, força e ousadia no que forem fazer...e se precisarem de um parceiro estou longe, mas disposto a ajudar...