"Algum dia eu ainda irei compor uma música que explique o que é fazer amor com 25.000 pessoas durante um show e depois voltar sozinha pra casa" (Janis Lyn Joplin)
Por Dafne Spolti
Não podia deixar de falar da querida Janis Joplin. E nem sei por que a chamo de querida, sendo ela tão encrenqueira e muitas vezes chata como era. Acho que é porque mesmo assim ela era uma pessoa amável.
Boa parte de quem me conhece sabe que eu gosto da Janis. Adoro e queria que todos gostassem, mas ao mesmo tempo, tenho um sentimento egoísta de querer guardá-la apenas pra mim. Impossível, claro.
Conheci a Janis em 2001. Eu tinha uns 13 anos e ela já tinha morrido há 31, com seus 27 anos de idade. Era uma tarde inútil da minha vida e comecei a procurar o que fazer. Aí tinha uma fita de VHS em casa. Eu sabia que já tinha assistido alguma vez, mas nem lembrava direito. Fiquei em dúvida entre os “Doors” e a Janis. Escolhi a Janis.. E aí foi um negócio de doido! Eu estava sozinha em casa e vibrei. Ela não cantava. ELA VIVIA AQUILO QUE ESTAVA CANTANDO! ERA TODA CORES, TODA SOM...
Nesse período “mais Janis” da minha vida eu passava, então, todas as tardes assistindo o filme. Dava pra ver umas duas vezes até a família chegar em casa e aí acontecer toda aquela história de cachorro pulando, de tirar um monte de coisas do carro etc. Mas gente, lógico que eu não ficava parada na frente da TV. Eu dançava que nem doida, tentava fazer os mesmos movimentos que ela, até que comecei a interpretar “Summertime” para a família. Eles adoravam e eu ficava me sentindo a própria Janis Joplin. Ah, e eu também comecei a me encher de bugigangas para ficar parecida com ela, e ainda fazia desenhos. Pausava o filme e botava o lápis pra correr no caderno de desenho.
Aí a gente colocou internet em casa. Baixei mais ou menos umas 600 fotos. Eu ficava relacionando as pessoas das fotografias com as citações que a Myra Friedman fazia na biografia da Janis “Enterrada Viva”. Um dia o computador foi formatado e eu perdi tudo.
Depois disso eu tinha vontade de fazer pesquisas sobre a Janis Joplin, de ir pro Texas conhecer a cidade onde ela nasceu etc etc... Aí essa fase foi substituída pelas reflexões do tipo: “Por que será que eu gosto tanto da Janis?”.
Tinha muito artista bom por aí que também podia ter todo o meu amor. Mas com a Janis era diferente... musicalmente maravilhosa, mas não era só isso. Aí comecei a entender. A Janis Joplin era uma das pessoas mais humanas que conheci. E ainda por cima não escondia isso. Ela é cheia de defeitos, cheia de neuroses e grilos na cabeça, reflexiva e sensível ao extremo. E é por essas pessoas que me encanto. A Janis não é uma cantora dos anos 70. É um ser humano que sofria, importunava as pessoas, que era extremamente inconstante, que isso e aquilo.... e tudo e tal....
Observem: Não consegui definir se falava no passado ou no presente. Pode?
Observem: Não consegui definir se falava no passado ou no presente. Pode?
4 comentários:
mto bom dafne, ler sobre a janis me faz lembrar de parafernalia q me lembra de amigos q me lembra de gravações q me lembra de gulivers e coisa e tal... e mais e mais... mto bom... ótimas recordações!
bjs
pode sim, Daf! lindíssimo texto!
cara, muito bom seu texto.
janis joplin eh sensacional mesmo.
conheci pelos meus pais, quando era novinho.
parabens pelo texto.
primeiramente gostaria d dizer q gostei muito do seu texto, você escreve graciosamente bem e expor um pouco do que senti ao ler, também gosto da Janis... lindo sentimento Dafne, é bom qndo a gente vê quem admiramos de forma mais humana, não idealizada, como muitos fazem com seus "ídolos", ela com certeza deve ter sofrido muito(a discriminação na escola...) e isso nos leva a ter uma proximidade maior com ela e por sua história... lendo seu texto lembrei de como me senti ao conhecer a história dela... continue assim nos fazendo viajar e refletir ;)
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